Notícia

Indignado, cidadão de Nossa Senhora das Dores escreve artigo sobre a tragédia que atingiu alunos de escola infantil do município

“Uma Caixa D’água fez uma cidade chorar”

Era uma tarde de sol. Reforço escolar para os pequeninos de uma povoação interiorana. Sede de aprender. Sede de viver. E a caixa d’água que servia para matar a sede, sem a devida vistoria, em dia, tombou.

Era como se aquele equipamento do saneamento básico estivesse com raiva de ter como vizinha uma escola, uma unidade onde se ensina e se aprende. Onde se tenta dar novo fôlego à vida dos pequeninos da pequena e pobre povoação. Pobre em cuidados públicos, mas rica em dignidade e vida.

A estrutura metálica enferrujada não aguentou o peso da água, o peso de anos a fio sem a devida manutenção. Simplesmente, tombou. Para ceifar duas vidas e para causar danos a muitas outras.

A água desperdiçada misturou-se às lágrimas das famílias dos pequenos mortos – um menino e uma menina -, que eram como pequeninas sementes que tentavam germinar para a vida, para, um dia, conquistar a liberdade de seguir em frente, de lutar para alcançar, metaforicamente, os raios do sol.

Era uma tarde de sol. Duas vidas ceifadas. Duas alminhas a caminho do céu tão precocemente. Duas famílias em dor. Um povoado atônito, também em lágrimas. Uma cidade em luto. A minha cidade. A minha gente.

Não há mais o que dizer. Palavras não dizem o que sentimos neste momento. Somos uma comunidade unida na dor e na esperança. Na indignação e na espera da responsabilidade de quem a deve ter.

Era uma tarde de sol. E os raios de sol quedaram-se e empalideceram diante de dois corpinhos sem vida. Dois irmãozinhos nossos se foram. E aqui ficamos nós, unidos à dor de seus familiares, vertendo dos nossos olhos lágrimas flamejantes.

A água, que é símbolo da vida, naquela tarde de sol trouxe a morte. Uma tragédia anunciada. Tardias serão as providências. Como quase sempre. E isto dói muito.

Campo Grande, Nossa Senhora das Dores, Sergipe, Nordeste, Brasil. Meu Deus, como tudo isso é triste! Será que isso pesará em algumas consciências?

Da redação: Por José Lima Santana
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