Deotap desarticula organização criminosa que desviava recursos públicos


O Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) deflagrou na manhã desta terça-feira (09) a Operação Mamulengo, para desarticular uma associação criminosa responsável pelo desvio de recursos públicos, tendo como base a Câmara Municipal de Capela/SE.
Várias equipes da Polícia Civil deram apoio ao Deotap para o cumprimento de mandados de prisão preventiva, além de mandados de busca e apreensão em Aracaju, Capela e Propriá.
O principal alvo da Polícia Civil foi o ex-presidente da Câmara Municipal de Capela, José Adaltro Santos, que presidiu a Casa Legislativa no biênio 2017-2018, além de dois empresários que participavam do esquema também foram alvos da investigação. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Câmara Municipal de Capela.
Segundo a delegada Thaís Lemos, coordenadora da operação, junto com as empresas, a Câmara Municipal fraudava possíveis cursos e simulava os eventos para pagar gratificações e diárias para servidores comissionados do legislativo, onde os participantes recebiam certificados por eventos que não aconteciam. A ainda segundo as investigações, José Adaltro exigia que os servidores fizessem empréstimos consignados, cujos valores eram retidos pelo parlamentar, que pagava as prestações com recursos públicos oriundos da Câmara Municipal.
Consta ainda que foi realizada uma reforma na Câmara sem qualquer procedimento formal e processo de licitação, cujos trabalhos foram executados por uma construtora. Os investigadores descobriram que documentos foram fraudados para cobrir as irregularidades.
O delegado Rodrigo Espinheira, que presidiu o inquérito, explicou que pessoas com ligação com Adaltro, entre elas a babá da família do parlamentar, foram ouvidas na investigação. Nomeada em cargo comissionado, a babá teria feito 11 viagens para realizar cursos e recebido por isso, mas ao ser interrogada pela Polícia Civil ela disse não ter conhecimento sobre os eventos e o destino do dinheiro pago. A babá disse ainda que não cumpria expediente na Câmara Municipal de Capela.
Contra os suspeitos foram solicitadas várias medidas cautelares diversas da prisão ao Poder Judiciário, a exemplo do afastamento imediato de servidores públicos que contribuíram, seja pela ação ou omissão, com a atividade da organização criminosa.
A Operação levou o nome de mamulengo devido à prática do ex-presidente de manipular servidores públicos e obter vantagens por isso. Mamulengo é um tipo de fantoche típico do Nordeste brasileiro, especialmente do Estado de Pernambuco. A origem do nome é controversa, mas acredita-se que ela se originou de mão molenga – mão mole, ideal para dar movimentos vivos ao fantoche. Um ou mais manipuladores dão voz e movimento aos bonecos.
Da Redação: com informações da SSP/SE
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